sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Há pessoas que dizem que a vida é uma escola

Há pessoas que dizem que a vida é uma escola, que estamos aqui para aprender lições específicas, que quando nos "diplomarmos" poderemos ter objetivos mais amplos, não ser mais escravos do corpo. Isso é correto?
É outro parte de sua mitologia, baseada na experiência humana.
A vida não é uma escola?
Não.
Então por que estamos aqui?
Para lembrar e recriar Quem São.
Eu lhes disse repetidamente. Vocês não acreditam em Mim. Contudo, isso se justifica, porque de fato, se não criarem a si próprios como Quem São, não poderão ser assim.
Estou confuso. Vamos voltar um pouco a essa escola. Ouvi mestre após mestre dizer que a vida é uma escola. Fico realmente surpreso ao ouvir o Senhor negar isso.
A escola é um lugar para onde você vai se há algo que não sabe e deseja saber. Não é um lugar para onde vai se já sabe uma coisa e deseja apenas experimentar o seu conhecimento.
A vida (como a chamo) é uma oportunidade de você saber experimentalmente o que já sabe conceitua/mente. Não precisa aprender coisa alguma para fazer isso. Preciso apenas lembrar do que já sabe, e agir de acordo com esse conhecimento.
Não sei se entendi bem.
Vamos começar aqui. A alma - sua alma - sabe tudo que há para saber o tempo todo.
Nada é misterioso ou desconhecido para ela. Contudo, saber não é o suficiente. A alma procura experimentar.
Você pode saber ser generoso, mas a menos que faça algo que demonstre a sua generosidade, terá apenas um conceito. Pode saber ser bondoso, mas a menos que seja bondoso com alguém, só terá uma idéia a respeito de si mesmo.
É desejo de sua alma transformar o seu melhor conceito sobre si mesmo em sua melhor experiência. Enquanto o conceito não se torna experiência, tudo que há é especulação. Eu especulo a respeito de Mim Mesmo há muito tempo. Há mais tempo do que Eu e você juntos poderíamos nos lembrar, do que a idade deste universo multiplicada por dois. Então você vê o quanto é nova a Minha experiência de Mim Mesmo.
O Senhor me deixou confuso de novo. A experiência de Si Mesmo?
Sim. Deixe-me explicar:
No início, o que É era tudo que havia. Porém, Tudo Que É não podia conhecer-se - porque não havia mais coisa alguma. E então, Tudo Que É... não era. Porque, na ausência de outra coisa, Tudo Que É não é.
Esse é o grande Ser ou Não Ser a que os místicos se referem desde o início dos tempos.
Tudo Que É sabia que era tudo que existia - mas isso não era suficiente, porque só podia conhecer a sua total magnificência conceitua/mente, não experimentalmente. Contudo, a experiência de Si Mesmo era aquilo pelo que ansiava, porque desejava saber como era ser tão magnificente. Mas isso era impossível, porque o próprio termo "magnificente" é um termo relativo. Tudo Que É só poderia saber como era ser magnificente, quando o que não é surgisse. Na ausência do que não é, o que É não é.
Você compreende isso?
Acho que sim. Continue.
Está bem.
A única coisa que Tudo Que É sabia é que nada mais havia. Portanto, nunca poderia conhecer a Si Mesmo a partir de um ponto de referência externo. Esse ponto não existia. Só existia um ponto de referência, que era interno. O "É-Não É". O Sou-Não Sou.
Mas o Tudo de Tudo decidiu conhecer-se experimentalmente.
Essa energia - pura, não-vista, não-ouvida, não-observada e portanto desconhecida por qualquer outra energia - decidiu experimentar a Si Própria em toda a sua magnificência.
Para fazer isso, percebeu que teria de usar um ponto de referência interno.
Deduziu bastante corretamente que qualquer parte de si própria teria necessariamente de ser menos do que o todo, e que se simplesmente se dividisse em partes, cada uma delas, sendo menos do que o todo, poderia olhar para o restante e ver magnificência.
E então Tudo Que É dividiu-se - tornando-se, em um momento glorioso, o que é isto, e o que é aquilo. Pela primeira vez, existiram isto e aquilo, bem separados um do outro, e ainda assim, simultaneamente. Como tudo que não era nem um nem outro.
Portanto existiram subitamente três elementos: o que está aqui, o que está lá, e o que não está aqui nem lá - mas que devia existir para que lá e aqui existissem.
É o nada que contém o tudo. É o não-espaço que contém o espaço. É o todo que contém as partes.
Consegue compreender isso?
Acho que sim. Acredite ou não, o Senhor usou uma ilustração tão clara que acho que estou realmente compreendendo.
Vou continuar. Agora esse nada que contém o tudo é o que algumas pessoas chamam de Deus. Porém, isso também não é exato, porque sugere que há algo que Deus não é - a saber, tudo que não é "nada". Mas Eu sou Todas as Coisas - visíveis e invisíveis por isso essa descrição de Mim como o Grande Invisível - o Nada, ou o Espaço no Meio, uma definição mística de Deus essencialmente oriental, não é mais exata do que a descrição prática de Deus essencialmente ocidental como tudo que é visível. As pessoas que acreditam que Deus é Tudo Que É e Tudo Que Não É são aquelas cuja compreensão é correta.
Criando o que é "aqui" e o que é "lá", Deus tornou possível conhecer a Si Mesmo. No momento dessa grande explosão interior, criou a relatividade - a maior dádiva que Ele já deu a Si Mesmo. Portanto, o relacionamento é a maior Dádiva que Ele já deu a vocês, um ponto a ser discutido detalhadamente mais tarde.
Portanto, do Nada surgiu o Tudo - um evento espiritual perfeitamente compatível com o que os seus cientistas chamam de Teoria da Grande Explosão. Quando todos os elementos se precipitaram para frente, o tempo foi criado, porque primeiro uma coisa estava aquI, e depois lá e o período que havia demorado para ir daqui para lá era mensurável.
Assim como as partes visíveis do Tudo Que É começaram a se definir "relativamente" umas às outras, as invisíveis também se definiram.
Deus sabia que para o amor existir - e conhecer-se como amor puro - seu exato oposto também tinha de existir. Por isso, Ele criou voluntariamente a grande polaridade ----, o oposto absoluto do amor - tudo que o amor não é - o que agora é chamado de medo. No momento em que o medo existiu, o amor pôde existir como algo que podia ser experimentado.
É a essa criação da dualidade entre o amor e o seu oposto que os seres humanos se referem em suas várias mitologias como o aparecimento do mal, a desgraça de Adão, a rebelião de Satanás e assim por diante.
Do mesmo modo como vocês escolheram personificar o amor puro como aquele a quem chamam de Deus, escolheram personificar o medo abjeto como aquele a quem chamam de demônio.
Algumas pessoas na Terra criaram mitologias bastante elaboradas em torno desse evento, cheias de cenários de lutas e guerra, anjos guerreiros e demônios, as forças do bem e do mal, da luz e das trevas.
Essa mitologia foi a primeira tentativa da humanidade de compreender, e contar às outras pessoas de um modo que pudessem compreender, uma ocorrência cósmica da qual a alma humana está muito consciente, mas que a mente mal pode conceber.
Criando o universo como uma versão dividida de Si Mesmo, Deus produziu, a partir de pura energia, tudo que agora existe visível e invisível.
Em outras palavras, não foi só o universo físico que foi criado, como também o universo metafísico. A parte de Deus que forma a segunda metade da equação Sou/Não Sou também explodiu em um número infinito de unidades menores do que o todo. Essas unidades de energia vocês chamariam de espíritos.
Em algumas de suas mitologias religiosas é dito que "Deus-Pai" tem muitos filhos espirituais. Esse paralelo com as experiências humanas da vida se multiplicando parece ser o único modo de fazer as massas aceitarem como realidade a idéia do súbito aparecimento, da súbita existência de inúmeros espíritos no "Reino do Céu".
Nesse caso, seus mitos e suas histórias não estão tão longe da realidade suprema - porque os inúmeros espíritos que formam a totalidade de Mim são, em um sentido cósmico, Meus filhos.
Meu propósito divino ao Me dividir foi criar partes suficientes de Mim para poder conhecer a Mim Mesmo experimentalmente. Há apenas uma forma do Criador conhecer-se experimentalmente como tal, e essa forma é criar. E então Eu dei às inúmeras partes de Mim (a todos os meus filhos espirituais) o mesmo poder de criar que Eu tenho como o todo.
Isso é o que as suas religiões querem dizer quando afirmam que vocês foram criados "à imagem e semelhança de Deus". Isso não significa, como alguns sugeriram, que nossos corpos físicos se assemelham (embora Eu possa adotar qualquer forma física que escolher para um objetivo particular). Significa que nossa essência é a mesma. Somos feitos da mesma essência. SOMOS a "mesma essência"!
Com as mesmas propriedades e habilidades - inclusive a habilidade de criar a realidade física a partir do nada.
Meu objetivo ao criá-los, Meus filhos espirituais, foi conhecer a Mim Mesmo como Deus. Só posso fazer isso através de vocês. Portanto, pode-se dizer (como foi dito muitas vezes) que o Meu objetivo é que vocês se conheçam como Eu.
Isso parece muito simples, mas se torna muito complexo - porque só há um modo de vocês se conhecerem como Eu: primeiro se conhecerem como não Eu.
Agora deixe-me explicar isso - tente entender - porque a partir daqui é mais difícil. Está pronto?
Acho que sim.
Bom. Lembre-se de que pediu esta explicação. Espera por ela há anos. Pediu-a em termos leigos, não através de doutrinas teológicas ou teorias científicas.
Sim, eu sei o que pedi.
E tendo pedido, receberá.
Agora, para simplificar as coisas, usarei o seu modelo mitológico dos filhos de Deus como uma base para discussão, porque é um modelo com o qual está acostumado - e que de muitos modos não está muito distante da realidade.
Então vamos voltar a como esse processo de autoconhecimento deve funcionar.
Há um modo pelo qual Eu podia ter feito todos os Meus filhos espirituais se conhecerem como partes de Mim: simplesmente dizer-lhes o que eram. Isso eu fiz. Mas não foi suficiente para o Espírito simplesmente conhecer a Si mesmo como Deus, ou parte de Deus, ou filho de Deus, ou herdeiro do Reino (ou o que afirme qualquer mitologia que queiram usar).
Como já expliquei, saber algo e experimentá-lo são duas situações diferentes. O Espírito ansiava por conhecer-se experimentalmente (como Eu fiz!). A consciência conceitual não foi suficiente para vocês. Então Eu elaborei um plano. É a idéia mais extraordinária em todo o universo - e a colaboração mais espetacular. Digo colaboração porque todos vocês estão participando disso Comigo.
Segundo o plano, vocês como espíritos puros entrariam no universo físico recém-criado.
Isso porque a materialidade é o único modo de saber experimentalmente o que se sabe conceitualmente. De fato, esse é o motivo pelo qual eu criei primeiramente o universo físico, e o sistema de relatividade que o governa, e tudo que existe.
Uma vez no universo físico vocês, Meus filhos espirituais, podiam experimentar o que sabiam sobre si mesmos; mas primeiro tinham de conhecer o oposto. Explicando isso de um modo simplista, vocês não podem saber que são altos, se não souberem o que é ser baixo. Não podem experimentar a parte de si mesmos que chamam de gorda, se não souberem o que é ser magro.
Seguindo a lógica primária, vocês só podem experimentar a si mesmos como o que são quando se deparam com o que não são. É essa a finalidade da teoria da relatividade, e de toda a vida física. É de acordo com os que não são que vocês se definem.
Agora no caso do conhecimento primário - de se conhecerem como o Criador- vocês só podem experimentar a si mesmos como o Criador quando criam. E só podem criar a si mesmos quando se destroem. Em certo sentido, primeiro têm de "não ser" para ser. Está entendendo?
Eu acho que...
Preste atenção.
É claro que não há como vocês não serem quem e o que são simplesmente são isso (espírito puro e criativo), sempre foram e sempre serão. Então vocês fizeram a melhor rota a seguir. Obrigaram-se a esquecer Quem Realmente São.
Ao entrarem no universo físico, renunciaram à lembrança de si mesmos. Isso lhes permite escolher ser Quem São, em vez de apenas, por assim dizer, acordar no castelo.
É no ato de escolher ser - em vez de simplesmente ser-lhes dito que são - uma parte de Deus que vocês se experimentam como sendo por livre escolha, o que é, por definição, Deus. Contudo, como podem ter uma escolha em relação a algo para o que não há escolha?
Vocês não podem não ser Meus filhos, por mais que tentem - mas podem esquecer.
Vocês são, sempre foram e sempre serão, uma porte divina do todo divino, um membro do corpo. É por isso que o ato de reincorporar-se ao todo, de voltar para Deus, é chamado de lembrança. Vocês de fato escolhem lembrar Quem Realmente São, ou unir-se às suas várias partes para experimentar o seu todo, ou seja, Tudo de Mim.
Portanto, sua função na Terra não é aprender (porque já sobem), mas sim lembrar-se de Quem São; e de quem todas as outras pessoas são. É por isso que uma grande parte de sua função é lembrar aos outros (isto é, relembrar), para que também possam lembrar-se.
Todos os maravilhosos mestres espirituais têm feito justamente isso. Esse é o seu único objetivo. Ou seja, o objetivo da sua alma.

Tenho tantas dúvidas! Há tantas perguntas que quero fazer! Acho que deveria começar pelas principais, as óbvias.
Como por exemplo, por que o mundo se encontra nas condições atuais?
De todas as perguntas que o homem já fez a Mim, essa é a que fez mais vezes, desde o início dos tempos. Desde o primeiro momento vocês quiseram saber: Por que tem de ser assim?
A forma clássica de fazê-la geralmente é algo como: Se Deus é perfeito e ama a todos, por que criaria as pestes e a fome, as guerras e doenças, os terremotos, tornados, furacões e todos os desastres naturais, as grandes desilusões pessoais e calamidades mundiais?
A resposta para essa pergunta está no maior mistério do universo e no significado mais importante da vida.
Eu não demonstro a Minha bondade criando apenas o que chamam de perfeição ao seu redor. Não demonstro o Meu amor sem permitir-lhes demonstrar o seu.
Como já expliquei, não se pode demonstrar amor enquanto não!
se demonstra o não-amor. Uma coisa não pode existir sem o seu oposto, exceto na esfera do absoluto. Porém, essa esfera não foi suficiente para vocês ou para Mim. Eu existia lá, na eternidade, que é de onde vocês também vieram.
No absoluto não existe experiência, há apenas conhecimento. O conhecimento é um estado divino, mas a maior alegria está em ser.
Só se consegue ser depois da experiência. A evolução é esta: conhecimento, experiência, ser. Essa é a Santíssima Trindade, que é Deus.
Deus-Pai é conhecimento, o pai de todo o saber, o criador de todas as experiências, porque não se pode experimentar aquilo que não se conhece.
Deus-Filho é experiência, a encarnação de tudo que o Pai sabe sobre Ele Mesmo, porque não se pode ser o que não se experimentou.
Deus-Espírito Santo é ser, a desencarnação de tudo que o Filho experimentou Dele Mesmo; o simples e belo ato de ser, possível apenas através da lembrança do conhecimento e da experiência.
Esse simples ato de ser é beatitude celeste. É um estado de Deus, depois de conhecer e experimentar a Ele Mesmo. É aquilo pelo que Deus ansiou no início.
É claro que você já passou do ponto em que Eu precisaria explicar-lhe que as descrições de pai e filho não têm nada a ver com gênero. Uso aqui a linguagem pictórica de seus livros sagrados mais recentes. Muito antes, os escritos sagrados colocaram essa metáfora em um contexto mãe-filha. Nenhum deles está correto. Sua mente pode entender melhor o relacionamento como criador-criatura, ou o-que-dá-origem-a, e o-que-se-origina.
Acrescentar a terceira parte da Trindade produz esse relacionamento: o que dá origem a/o que se origina/o que é.
Essa realidade trina é a "assinatura" de Deus, o modelo divino.
O três-em-um é encontrado em toda a parte nas esferas do sublime.
Vocês não podem escapar disso ao lidarem com questões relativas a tempo e espaço, Deus e consciência, ou qualquer um dos relacionamentos superiores. Por outro lado, não encontrarão a Verdade Trina em nenhum dos relacionamentos inferiores da vida.
A Verdade Trina é reconhecida nos relacionamentos superiores da vida por todos que os têm. Alguns de seus religiosos descreveram a Verdade Trina como Pai, Filho e Espírito Santo. Alguns de seus psiquiatras usam os termos superconsciente*, consciente e subconsciente. Alguns de seus espiritualistas dizem energia, matéria e espaço celeste.
Alguns de seus filósofos dizem que uma coisa só é verdadeira quando o é em pensamentos, palavras e atos. Quando discutem o tempo, vocês falam apenas de três tempos: passado, presente e futuro. De igual modo, há três momentos em sua percepção: antes, agora e depois. Em termos de relacionamentos espaciais, considerando os pontos no universo ou vários pontos em seu próprio espaço, vocês reconhecem aqui, lá e o espaço no meio.
Em termos de relacionamentos inferiores, vocês não reconhecem o espaço "no meio".
Isso ocorre porque esses relacionamentos são sempre díades, enquanto os relacionamentos da esfera superior são sempre tríades. Portanto, há esquerda e direita, em cima e embaixo, grande e pequeno, rápido e lento, quente e frio e a maior díade já criada: homem e mulher.
Não há nada no meio dessas díades. Uma coisa é uma coisa ou a outra, ou alguma versão mais ou menos usada em relação a uma dessas polaridades.
Dentro da esfera dos relacionamentos inferiores, nada pode existir sem uma conceitualização de seu oposto. A maior parte das suas experiências diárias se baseia nessa realidade.
Dentro da esfera dos relacionamentos sublimes, nada que existe tem um oposto. Tudo É um, e progride de um para o outro em um ciclo interminável.
O tempo é uma esfera sublime, na qual o que vocês chamam de passado, presente e futuro existem inter-relacionalmente. Isto é, não são opostos, mas sim partes do mesmo todo; desenvolvimentos da mesma idéia; ciclos da mesma energia; aspectos da mesma Verdade imutável. Se vocês concluírem disso que passado, presente e futuro existem um de cada vez e ao mesmo "tempo", estarão certos.
(Contudo, agora não é o momento de discutir isso. Poderemos fazê10 detalhadamente mais tarde, quando examinarmos todo o conceito de tempo.)
O mundo se encontra nas condições atuais porque não poderia ser de outro modo e ainda assim existir na esfera inferior da materialidade. Terremotos e furacões, enchentes e tornados e outras calamidades que vocês chamam de desastres naturais são apenas movimentos dos elementos de uma polaridade para a outra. Todo o ciclo de nascimento e morte é parte desse movimento. Esses são os ritmos da vida, e tudo na esfera inferior está sujeito a eles, porque a vida em si é um ritmo. É uma onda, uma vibração, uma palpitação no próprio coração do Tudo Que É.
A doença e o mal-estar são os opostos da saúde e do bem-estar, e se manifestam em sua realidade obedecendo às suas ordens.
Vocês não podem adoecer sem provocar a doença em algum nível, e podem ficar sadios de novo em um instante simplesmente decidindo por isso. As grandes desilusões pessoais são reações escolhidas, e as calamidades mundiais são o resultado da consciência mundial.
Sua pergunta supõe que Eu escolho esses eventos, que é a Minha vontade e o Meu desejo que aconteçam. Contudo, Eu não desejo que esses desastres naturais aconteçam, apenas observo vocês ocasionando-os. E não faço nada para impedi-los, porque isso seria contrariar a sua vontade, o que, por sua vez, os privaria da experiência de Deus, que é a experiência que vocês e Eu escolhemos juntos.
Portanto, não condene tudo que chamaria de ruim no mundo.
Em vez disso, pergunte-se o que considerou ruim e o que deseja fazer para mudá-lo.
Pergunte a si mesmo: "Que parte do meu Eu desejo agora experimentar diante dessa calamidade? Que aspecto do ser devo fazer aparecer?" Porque toda a vida existe como um instrumento de sua própria criação, e todos os seus eventos meramente se apresentam como oportunidades para você decidir e ser Quem É.
Isso é verdadeiro para todas as almas, e portanto você vê que não há vítimas no universo, apenas criadores. Todos os Mestres que nasceram neste planeta sabiam disso. É por esse motivo que nenhum deles se imaginava vitimizado, embora muitos literalmente tenham sido crucificados.
Cada alma é um Mestre, embora algumas almas não se lembrem de suas origens ou heranças. Contudo, cada qual cria a situação e condição para o seu objetivo mais elevado e a sua lembrança mais rápida - em cada momento chamado de agora.
Então não julgue o caminho cármico trilhado por outra pessoa. Não sinta inveja do sucesso e nem pena do fracasso, porque não sabe o que é sucesso ou fracasso na avaliação da alma. Não diga que algo é uma calamidade ou um evento feliz até decidir, ou testemunhar, qual é seu objetivo. Pois a morte é uma calamidade se salvar as vidas de milhares de pessoas? E a vida é um evento feliz se só causar sofrimento? Contudo, não deve julgar nem mesmo isso. Guarde sempre para si mesmo as suas opiniões, e deixe os outros fazerem o mesmo.
Isso não significa ignorar um pedido de ajuda, ou a ânsia de sua própria alma de trabalhar visando a mudança de alguma situação ou condição. Significa evitar rótulos e julgamentos enquanto faz o que quer que seja. Porque todas as situações são uma dádiva, e cada experiência é um tesouro oculto.
Certa vez, existiu uma alma que sabia que era a luz. Sendo uma alma nova, ansiava por experiência. "Eu sou a luz", dizia repetidamente. Mas todo o seu conhecimento e todas as suas palavras não podiam substituir a'experiência de ser a luz. E na esfera onde essa alma surgiu, só havia luz. Todas as almas eram sublimes e magnificentes, e irradiavam o brilho da Minha grande luz. E por isso a pequena alma em questão era como uma vela sob o sol.
No meio da luz maior - da qual era parte - não podia ver a si mesma, experimentar-se como Quem Realmente Era.
Acontece que aquela alma desejava muito conhecer a si mesma. Tão profundo era esse seu desejo que um dia Eu lhe disse:
- Você sabe, Pequena Alma, o que deve fazer para satisfazer o seu desejo?
- Ah, o que, Deus? O quê? Eu farei qualquer coisa - disse ela.
- Deve separar-se do restante de nós - disse Eu - e então evocar a escuridão.
- O que é a escuridão, ó Santíssimo? - perguntou a pequena alma.
- O que você não é.
E a alma compreendeu. Afastou-se do todo, chegando a ir até outra esfera. Nela, teve o poder de experimentar todos os tipos de escuridão. E o fez.
Contudo, no meio daquelas trevas, gritou:
- Pai, Pai, por que me abandonastes?
Vocês têm feito isso em seus momentos mais difíceis. Entretanto, eu nunca os abandonei.
Estou sempre ao seu lado pronto para lembrar-lhes Quem Realmente São; para chamá-los de volta ao lar.
Por isso, sejam uma luz na escuridão, e não a amaldiçoem.
E não se esqueçam de Quem São no momento em que forem rodeados pelo que não são.
Mas louvem a criação, mesmo quando tentarem mudá-la.
E saibam que aquilo que fizerem no seu momento de maior sofrimento poderá ser a sua maior vitória. Porque a experiência que criam é uma afirmação de Quem São - e de Quem Desejam Ser.
Eu lhe contei essa história - a parábola da pequena alma e do sol- para que você pudesse compreender melhor porque o mundo se encontra na situação atual, e como ele poderá mudar no momento em que todos se lembrarem da verdade divina de sua realidade mais transcendente.
Há aqueles que dizem que a vida é uma escola, e que as coisas que o ser humano observa e experimenta em sua vida visam o seu aprendizado. Eu já disse isso antes, e vou repetir:
Vocês vieram a este mundo sem nada a aprender - só têm de demonstrar o que já sabem.
Ao demonstrá-lo vocês se recriam, através de suas experiências. Dessa forma, justificam a vida, dão-lhe um objetivo e tornam-na sagrada.

Pág 16 à 24, Livro Conversando Com Deus 1 

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